Wednesday 21 December 2016

O Velho e o Cão - A Arte de Sorrir e Acenar

Todos os dias, ao sair da aldeia, passo por um senhor.

Ele sempre sentado no mesmo sítio a ver os carros passar.

Um cão que sempre lhe faz companhia nesse banco.

Aceno e sorrio, sempre sem resposta.

Ele olha para mim, como se estivesse a tentar decifrar quem sou. Será que me conhece?

Há meses que ali passo e é sempre o mesmo. Importará mesmo saber quem sou?

Aceno e sorrio, sempre sem resposta.

Aborrece-me. Perdi o sorriso, mas continuo a acenar porque sim.

Mais de um ano se passou. Já não me aborrece. Continuo a acenar porque sim. Porque cada um deve agir conforme quem é. Aceno porque é o correto. Porque sou assim. Apetece-me ser assim.

Aceno e sorrio.

E então algo mudou.

Hoje ele acenou e sorriu de volta!

Até o cão parecia sorrir com ele!

O que mudou ao longo destes meses todos? O que foi diferente?

Acenei e sorri...

Mas desta vez não esperei nada em troca.

A Vida é assim... Retribui aquilo que damos, quando o fazemos sem qualquer tipo de cobrança. Ou seja, devolve aquilo que somos.


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