Monday 13 February 2017

Novas Experiências

Sabem aquelas "ideias malucas" que por vezes os outros têm? Às vezes têm razão... 

Uma das "ideias malucas" que tenho ouvido falar já há alguns meses, é a de que beber água do mar faz bem. Beber assim mesmo, diretamente do mar. Ou misturada com água normal, ou com sumos, ou mesmo na água de cozinhar os alimentos. Dizem que é a água mais mineral de todas as águas, pois contém todos os elementos da tabela periódica, e nas proporções que o nosso corpo necessita.  Que é o "batido detox" mais eficiente que há. E que o medo dos contaminantes que lá andem, é infundado, pois a água do mar é tão salgada que mata tudo... 

Cheguei mesmo a experimentar, um pouco porque fui quase obrigada a isso. Mas com espírito de mente aberta, até porque no Verão, quer queira quer não, acabo por beber imensa água na praia... Bem, bebi e não aconteceu nada... Primeiro achei o gosto muito salgado e diluí a água do mar com água normal. Uma porção de água do mar, para três de água normal. Esta, dizem, é a proporção do nosso plasma sanguíneo. Assim, é como se estivesse a beber plasma... Não foi muito agradável. Mas a verdade é que dava por mim a beber mais e mais golinhos... Apesar do sabor, o meu corpo pedia mais! 

Voltei a experimentar uma segunda vez, desta vez diretamente do mar, e sem que ninguém me dissesse para o fazer. O resultado foi que gostei bastante! A temperatura da água gelada disfarçava o sabor salgado e refrescava-me! A sensação foi bastante agradável. O que me deu nesse dia para beber água do mar? Bem, foi um dia em que me desequilibrei emocionalmente. Derramei lágrimas o dia todo e ocorreu-me ir repô-las... Depois o mar e a praia sempre me fizeram sentir em casa. Assim lá fui. Lavei a cara, o espírito e o interior do meu corpo ao bebê-la. Bebi muita água do mar nessa noite! O meu corpo pedia-me mais e mais... A verdade é que o meu estado emocional mudou, como que por magia. Sentia-me novamente equilibrada. Para ajudar, estava uma noite fantástica! Bem, na verdade estava a ameaçar chover, estava frio e vento... Mas a lua, o mar e o isolamento fez-me esquecer disso. Afinal estava tudo bem. De volta a mim, ao meu equilíbrio, despedi-me do mar com um até já.

Passaram-se várias semanas, meses, até que voltasse a beber água do mar. Essa noite ficou apenas na memória como algo meio surreal... Uma memória que facilmente poderia ter sido um sonho. 

A terceira vez que bebi água do mar, foi novamente por incentivo de outrem. Nesse dia estava cheia de sono e cansada...Tinha dormido poucas horas e depois de um almoço grande e com vinho tinto à mistura, o café já não surtia o efeito desejado...  É então que me oferecem água do mar, fresquinha e "acabadinha de pescar"... Bebi-a, dessa vez já sem estranhar o gosto e, passado uns minutos... Surpresa, surpresa... Senti-me desperta! Achei fantástico! A água do mar fez aquilo que o café não tinha conseguido! 

Existem livros, vídeos no youtube, artigos na internet e até mesmo alguns médicos (assim mais "fora da caixa") que aconselham 250-500ml de água do mar por dia! Mas para mim, nada como  experimentar. E como sou teimosa, nada como experimentar várias vezes! 

Assim, esta semana decidi que iria implementar essa mudança na minha vida. Sou ser adepta dessa ideia maluca! Até porque esta foto me diz que eu, instintivamente, sempre soube que assim era. A água de onde surgiu a vida, pode dar-nos ainda hoje, vitalidade e equilíbrio.


Friday 10 February 2017

O Desconhecido / The Unknown

O Desconhecido move-me.
The Unknown moves me.

Primeiro foi a escolha entre a vida e a morte. A morte era certa, a vida não. Por isso, eu escolhi a vida.
First it was the choice between life and death. Death was certain, life was not. Thus, I chose life.

Depois foi a escolha entre permanecer na escuridão, "no fundo do poço", e re-erguer-me. A escuridão eu conhecia. Eu estava a viver "no fundo do poço". Por isso escolhi re-erguer-me.
Then it was the choice between staying in the darkness, "the bottom of the well", or stand back up again. The darkness I knew. I was living on "the bottom of the well". So I chose to stand up.

A seguir foi a escolha entre o amor e o medo. A escolha entre arriscar num amor impossível, ou permanecer onde estava, sem arriscar a dor. A segunda eu conhecia, por isso escolhi o amor.
Next came the choice between love and fear. A choice between betting on an impossible love, or stay put, without risking the pain. The latter I knew, so I chose love.

Recentemente foi uma escolha profissional. A escolha entre um caminho bem conhecido e teoricamente seguro, e um caminho ousado e pouco percorrido... Mais uma vez, escolhi o incerto. Escolhi a aventura.
Recently, came a professional choice. A choice between a well-known and theoretically safe path, and a bold, less-worn path... Once again, I chose the unknown. I chose the adventure.

Acredito que a vida é para ser vivida, que estamos aqui para termos o máximo de experiências possíveis. E é por isso que dada a escolha, segui sempre pelo caminho desconhecido.
I believe life is to be lived. That we are here to gather as much experience as we can. And that is why, given the choice, I always opt for the unknown.

A minha experiência, é que o desconhecido acaba por ser sempre melhor do que esperávamos.
My experience is that the unknown always ends up being better than expected.


Monday 6 February 2017

Verdades Absolutas

Numa conversa, uma amiga disse que para ela não existem Verdades Absolutas. As outras começaram logo a dizer em tom de brincadeira:

- Oh, lá vem a rebelde...

Mas aquilo fez-me pensar e defendi a rebelde:

- Até mesmo a gravidade é relativa... Diz-se que se aproximares a tua frequência com a da Terra, que levitas. Por isso a rebelde tem um bom ponto de vista. - e continuei - A Verdade varia de pessoa para pessoa, já que aquilo em que acreditamos é a nossa Verdade e, torna-se na nossa Realidade.

- Quer dizer... Aquela cena de nunca se morrer... Não sei, não... - responde a rebelde a rir.

Aquilo deixou-me pensativa. Enquanto elas estavam em espírito brincalhão, eu levei o assunto bem a sério. A caminho de casa, no carro, pus-me a pensar e cheguei a uma conclusão.

Penso que podemos dizer que não existem Verdades Absolutas na Experiência. Porque a Criação, somos nós que a construímos, à nossa imagem.

Mas fora deste plano físico... Aí talvez existam - pensei.

Continuei a minha introspecção, pensando no Amor. Penso que a única Verdade verdadeiramente absoluta seja o Amor. Pregado por todas as religiões, mas depois tingido pelo sangue derramado pelos seus dogmas... E aqui lembrei-me do filme O Silêncio... Cada parte acreditava na sua Verdade Absoluta. Quem tinha razão? Todos e ninguém...

Mas o Amor é algo que transcende o plano físico - pensei. - E eu referia-me apenas a Verdades relacionadas com a Experiência. Como a ideia de que a Vida tem de ser difícil. Ou que para termos sucesso temos de trabalhar "que nem um cão". Estas são Verdades que ouvimos todos os dias. Mas não têm de ser Verdade para nós. No que acreditamos, Verdade se torna... Confúcio disse algo do género, mas por outras palavras.

Se há uma Verdade Absoluta na Experiência - continuei - é que tudo é relativo. Na Experiência somos todos diferentes e únicos. Mesmo na medicina (qualquer uma delas), aprendemos a ter em consideração o "fator individual". Não há dois pacientes iguais...

Terminada a reflexão, cheguei a casa e decidi partilhar convosco.

Namastê 😉

Sunday 5 February 2017

Relato De Um Dia Especial

O dia começou com um curso na área de desenvolvimento pessoal. Uma amiga viu uma promoção no facebook de um curso, achou que tinha a minha cara e enviou-me o link. Decidi que seria uma mensagem do Universo, já que andava há meses com vontade de fazer um curso naquela área específica, e inscrevi-me. 

Faço questão de não mencionar o que foi, nem quando, já que a experiência foi estranha para mim. 

Racionalmente não havia nada de errado. Foi um curso com bastante informação, com o qual continuarei a aprender - já que fica para a vida -  e que é bastante interessante! É uma área apaixonante! Não havia nada de errado com o curso, ou com o que foi leccionado. Mas havia qualquer coisa que eu não conseguia descrever, que me estava a provocar desconforto. O meu corpo e (o que agora percebo como) intuição reagiam de uma forma negativa, mas a minha mente não compreendia porquê. 

No final do dia, finalmente terminado o curso, fui jantar ao shopping. No caminho, aproveitei para fazer uma introspecção e descobrir o porquê daquele sentimento, aparentemente sem sentido.

Após várias tentativas falhadas e já quase a desistir - já quase a chegar ao shopping - , acabei por me recordar dos livros de Eckhart Tolle. Nomeadamente do Ego, na forma como ele o descreve e, de repente, fez-se luz!

É isso!!!

Era o Ego do senhor que estava a mexer comigo. Geralmente reajo com desconforto quando vejo, ou penso, que a outra pessoa se está a gabar... Quer essa pessoa o faça conscientemente ou não. Depois comecei a aperceber-me que foi mais que isso, que houve pequenos detalhes na comunicação em si, que também interferiram comigo... Por mais que o meu lado racional quisesse olhar para além disso e focar-se na aprendizagem, o meu corpo traía-me e ocorriam-me pensamentos (intuitivos) - só quero o certificado e ir-me embora! - que não encaixavam na minha normal sequência de pensamentos, que visava apenas integrar as novas aprendizagens. Aprendizagens que considerava mesmo, e considero ainda, serem interessantes e úteis.

É incrível como, na comunicação, o que se diz é o menos importante para nós. Os nossos sentidos dão muito mais valor à forma como esta se processa. As palavras, o que se diz para além do tema em foco, a voz, o corpo, as outras pessoas na sala... 

Depois comecei a pensar também, até que ponto não seria o meu próprio Ego a interagir com o dele. Porque todos nós temos um Ego, maior ou menor, mas que está lá.


Pensar nisto acabou por me gerar mais desconforto e, quando saí da minha mente, já estava quase a terminar o jantar. 

Fiz intenções de ir ao cinema, escolhi o filme e tudo, e para fazer tempo até à hora, fui comprar um gelado.

Quando estava a comer a minha sobremesa, apareceu no shopping um grupo grande de jovens com ar rebelde, e o meu corpo começou novamente a dar sinais de desconforto. A minha mente tentou lutar contra isso, porque classificou o comportamento como preconceito. Mas o corpo tem formas de reagir irracionais, inconscientes e involuntárias. Assim, cedi e pensei em ir para casa.

Terminei o meu gelado e lá me encaminhei para o parque de estacionamento.

Nisto passei por uma livraria... Até aqui nada de Especial...

Hesitei uns segundos antes de entrar, pensando que tinha um livro para terminar para um trabalho de preparação para exame de Coaching, com o qual ainda ando às voltas... Mas depois recordei que dali a pouco tempo já estaria formada e então poderia ler o que quisesse. Assim, entrei.


Deparei-me com um livro de um autor que me diz muito, ainda por cima com 50% de desconto! Reparei na capa que o livro pertencia a uma série, e que aquele era o livro 2.
Dirigi-me ao balcão e perguntei pelo livro 1. A senhora que me atendeu, não o encontrou na base de dados mas mesmo assim foi à estante. Eu acompanhei-a e na busca deparei-me com outro livro do mesmo autor. A senhora forneceu-me algumas informações sobre esse outro livro, mais do que eu estava à espera, e fiquei admirada. É difícil encontrar pessoas que já tenham lido o autor em questão, muito menos todos os livros dele. Não encontrámos o tal livro 1 e eu acabei por comentar:

- Bem, é porque não tinha de levar o primeiro livro, mas este.

A senhora começou a perceber o meu interesse peculiar por aquele tipo de livros e chegou mesmo a comentar que geralmente são pessoas mais velhas que os lêem. Não me recordo se lhe respondi logo de seguida, mas sei que lhe disse que comecei a ler aquele tipo de livros desde os 12-13 anos de idade...

Ela oferece-me um pouco de ajuda e acaba por me sugerir outro livro, que imediatamente aprovei. Ela vai ao balcão com o livro e eu permaneço naquela seção de livros tão interessantes para mim. Quando ela volta, sugere-me outro que imediatamente aceitei também. Isto repetiu-se de novo e aí senti-me forçada a dizer qualquer coisa:

- Bem! A senhora está mesmo aqui a ajudar-me! Tenho livros com os quais ando na mente há tempos e a senhora chega aqui e pega logo neles! 

Ela riu-se e comentou com a colega, toda contente. Imediatamente instalou-se um diálogo mais profundo. A senhora, como eu, modéstia à parte, é bastante espiritual e estávamos ali as duas em conexão. Eu pensava, ela ia buscar o livro, sem ser preciso falar e sem nunca nos termos cruzado antes. Além disso ela percebia imenso daquela área da literatura. Suponho que seja a sua preferida.

Dali começámos a conversar mais e mais, a colega também entrou na conversa e entrámos num círculo de partilha incrível, com temas de conversa de outro mundo... Literalmente.

Quando dei por mim, já estavam a contar o dinheiro da caixa e a fechar a minha loja preferida. Até brinquei dizendo:

- Já posso dizer que estive numa livraria até fechar! - não me conhecem, mas livrarias e bibliotecas são só os meus sítios preferidos! 

Olhei para o relógio e já tinham passado três horas! Fiquei admirada! O tempo realmente é algo muito subjectivo!



Isto é o que acontece quando se juntam três almas que adoram ler e que estão abertas a temas esotéricos, sem preconceitos. É o que acontece quando nos propomos a iniciar uma conversa com o próximo. É o que acontece quando três pessoas se unem através de um livro. É o que acontece quando há rapport e empatia. É o que acontece quando há conexão. É o que acontece quando três almas estranhas se revêem entre si. É o que acontece quando metemos os papéis de lado e conversamos como seres espirituais que somos. 

O melhor de tudo foi o sentimento de gratidão recíproco entre as três, por aquele momento que afinal foram horas; a vontade de perpetuar o sentimento de reconhecimento; a vontade de nos voltarmos a encontrar mais vezes; a vontade de perpetuar a partilha; e quando uma delas verbalizou de forma tão natural e verdadeira:

- Ah, que leve que eu vou agora para casa... 

Quando há reconhecimento, o sentimento que fica é essa leveza... No fundo, é o Namastê - o ser espiritual que habita em mim, reconhece o ser espiritual que habita em ti.

A lição que retiro deste dia é que o Ser tem muito mais força e poder que o Ego. Afinal, um momento de reconexão com o Ser, apagou um dia inteiro de Ego e desconforto. 

Quando forem comprar qualquer coisa, lembrem-se que têm à vossa frente um funcionário que também é Ser e é Especial. Naquela pessoa pode estar a chave que nós precisamos para esse dia. Porque não fazer um esforço e descobrir? Basta começar com um sorriso... Ou com um livro, neste caso...



Namastê